
"Toda vez que eu estou fazendo meus shows, na véspera do carnaval,
acontece algo. Eu sou um degustador da erva, que é uma erva medicinal, e
que as pessoas têm como maconha. Mas eu digo às crianças que se
espelham no Kannário: 'Não levem essa atitude. Peguem só o meu lado
bom'. Eu não sou perfeito, o ser humano é falho. Mas pra me calar, vai
ter que me matar. Como eu não devo nada a ninguém e também não tenho
medo de morrer, vou continuar andando na rua novamente, vendo meus
amigos.
Eu não sou traficante, eu não sou um drogado. Eu sou
simplesmente um favelado, que não teve a ajuda de ninguém. E isso
incomoda. Eu sou vulnerável. Eu faço o que nenhum artista faz. Continua
morando no mesmo lugar e ando normalmente. Me criticar, falar, armar.
Todo mundo sabe. Se 'neguinho' está achando que vai encontrar
envolvimento com narcotráfico, não vai. Já colocaram escuta no meu
telefone e viram que eu não tenho ligação nenhuma com isso. Eu estou
cansado disso.. Tem muita gente que fala: 'O Kannário dá ousadia'.
Certas vezes eu estou dentro da minha casa 'nego' fala mal de mim na
televisão. Então eu estou dando ousadia, é? Eu estou é incomodando. É
diferente. Mas eu não estou aqui para ser inimigo de ninguém. Eu não
estou aqui para ser Deus. Mas eu também não sou sozinho, velho. Eu não
pedi para ser o que eu sou hoje. Foi o homem lá (Deus) que disse: Você
vai ser o escolhido. Você vai ser o Kannário e que vai representar esse
povo aqui. Agora, assuma seu pepino. A culpa não é minha. ", contou.
Anderson Machado de Jesus, 30 anos, nome verdadeiro
de Kannário, e João Pedro Laurentino, 27 anos, foram detidos, por
policiais na Rua Saldanha Marinho, na Caixa D’Água. Os dois foram
levados à 2ª Delegacia por volta das 18h. Os dois estavam com cerca de
oito dolões de maconha. Não foi informado até o momento se Kannário será
autuado por algum crime. A polícia também pode entender que a droga era
para uso pessoal dos dois detidos.
Parecido com a situação que aconteceu em 2013,
Kannário afirmou que não sabe o que vai ser do seu carnaval deste ano.
"Eu não sei do que vai ser do meu Carnaval. Até agora eu não sei se
posso tocar. E nem sei o motivo se eu sou um artista da terra. Vou fazer
com que os gringos venham para à cidade. Soube que tem gringo chegando
aqui e perguntando: "Quem é o barril dobrado?". É Márcio (Psirico) que é
o barril dobrado? É Léo Santanna que é o barril dobrado? É Xanddy que é
o barril dobrado? O barril dobrado sou eu, Igor Kannário. Querendo ou
não. Eu preciso de ajuda. Direitos Humanos, Corregedoria Pública, estão
acabando com a minha carreira e dizem que sou eu. Estão acabando com o
sonho de milhares de famílias (banda). Eu nunca vou parar. Só se eu
ficar velhinho e não conseguir mais cantar ou ficar em pé. Para os meus
fãs, as pessoas que não me conhecem...eu sou um cara do bem. Eu sou um
ser humano. Muito melhor do que a maioria que me critica", disse. No carnaval de 2013, Kannário foi cortado da festa
por conta de uma possível briga judicial que envolveu ele e o
empresário, na época, da banda A Bronkka, Beto Bonfim. Beto processou o
cantor por quebra de contrato. Em nota, o bloco 'Apaxes do Tororo' que
vinha anunciando a participação do cantor, disse que o motivo da
exclusão de Kannário foi por conta de de uma decisão judicial que proíbe
o mesmo de cantar e se apresentar em qualquer outra banda ou entidade
carnavalesca que não seja a banda A Bronka.
O cantor também revelou um volta do bloco "As
Muquiranas", onde ele teria sido convidado pelo cantor Márcio Victor
para fazer uma participação. Kannário afirmou que os empresários
alegaram que o motivo da suspensão teria sido o possível envolvimento
com facção criminosa. "Eu queria pedir às Muquiranas desculpas. Eu
jamais queria causar confusão para a Diretoria ou os foliões do bloco.
Márcio (Psirico) também não quer causar problema nenhum. Queria dizer
que foi cancelada a minha participação (feita por Márcio Victor) no
bloco, e alegaram que facção poderia ir atrás do trio devido à minha
canja com ele. Eu só tenho como colocar comida em casa com show. E isso
mexe com tudo. Com os contratantes que acham que eu levo facção. Eu não
tenho nenhuma ligação com isso. Quando eu nasci, a facção já existia, o
tráfico já existia. Pelo amor de Deus", desabafou.Correio da Bahia
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