
Na sessão de ontem houve muitos discursos inflamados, reuniões a portas fechadas e os parlamentares não chegaram a um consenso. Duas chapas estavam inscritas inicialmente para disputar a presidência da Câmara. Uma encabeçada por Uberdan Cardoso (PT) pela oposição, e Cristiano Sena (PT) pela situação. Minutos antes do início da sessão, o vereador Luís Almeida Santos (PP), conhecido por Luís do Alto, que estava na chapa da oposição como candidato a vice-presidente, anunciou que aderiu ao grupo do prefeito Humberto Leite (PDT) e saiu como novo candidato a presidência pelo grupo governista.

A Câmara é composta por 14 vereadores, onde sete são da situação e sete da oposição. O vereador Albino Martins, que passou para a situação recentemente, sofreu um infarto e está afastado, deixando a bancada do prefeito com seis vereadores até ontem à noite, quando a situação se inverteu. Neste momento teve início um intenso bate boca entre os vereadores. A mudança repentina de bancada e de chapa do vereador Luís do Alto pegou a todos de surpresa e causou polêmica, já que as mudanças nas leis que regem a eleição da Mesa Diretora da Câmara cria impedimentos para o novo fato que se desenhou.
Como a eleição da Mesa Diretora exige certas formalidades, como é o caso de lançamento de edital e divulgação no Diário Oficial, o vereador Uberdan Cardoso contestou. “Sinto-me prejudicado. O vereador Luís do Alto, que antes era candidato a vice-presidente na minha chapa, se articulou com o grupo do prefeito e apareceu como candidato a presidente sem informar a ninguém. Sumiu por dois dias, ninguém conseguia falar com ele, que reaparece na chapa da situação. Sugiro ao presidente da Câmara que suspenda a eleição”, protestou Cardoso.


Nervosos, os vereadores da bancada governista protestaram quando o presidente Marcos Có acatou o pedido de Uberdan Cardoso e adiou a votação, argumentando precisar de tempo para “aparar” as arestas e definir o que muda ou não na Lei Orgânica que rege todos os ritos do parlamento, além de reorganizar a chapa da oposição. O fato é que a oposição pretende lutar pela presidência da Câmara.


Os debates acalorados acirraram a briga entre os vereadores. O líder da bancada do prefeito, Marcos Muniz leu a liminar da justiça que reza que as chapas podem ser feitas logo após a abertura da sessão. “Tem que acatar a ordem judicial”, bradou. Francisco Damasceno, o Chico de Dega, e Gilson Bastos, questionaram a decisão do presidente da Câmara. “Pode suspender quantas vezes quiser, a presidência já é nossa”, garantiu Bastos. Alegando não haver clima para realizar a sessão, o presidente da Casa, Marcos Có, encerrou a reunião. Chico de Dega, nervoso, se dirigiu a Marcos Có e foi contido pelos seguranças. Có sentiu-se mal e precisou ser atendido no gabinete por um médico. Ainda não foi divulgada a nova data da eleição da Mesa Diretora da Câmara.Cristina Santos Pita. A Tarde.
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