A artista que costurou a própria vagina com uma bandeira do Brasil dentro durante uma performance intitulada de “Xereca Satânik”, campus de Rio das Ostras (RJ) da Universidade Federal Fluminense (UFF), está sofrendo ameaças. Segundo o jornal Extra, Raíssa voltou para Minas Gerais, onde mora, e evita dar entrevistas por conta do assédio.
A manifestação artística foi realizada no dia 28 de maio por integrantes Coletivo Coyote e gerou polêmicas após ser divulgada na internet. Na performance, a artista insere uma bandeira do país no órgão genital, costura, com a ajuda de colegas, e queima a flâmula em uma fogueira.
"As pessoas dizem que vão matar, dar tiros. Ameaçam os filhos dela. Ela corre riscos brabos mesmo, recebe ameaças pela internet. As pessoas são malucas. A Raíssa põe o corpo dela como forma política, ela é uma guerrilheira dos nossos dias. Admiro ela por isso. Espero que não haja uma caça às bruxas" defendeu em entrevista ao Extra o chefe do Departamento de Artes e Estudos Culturais do Instituto de Humanidades e Saúde da UFF, Daniel Caetano.Segundo os organizadores, a performance fazia parte da festa de confraternização do "II Seminário de Investigação e Criação do Grupo de Pesquisas UFF/CNPq: Cultura e Cidade Contemporânea - arte, política cultural e resistências" e se tratava de um protesto contra a violência e os estupros registrados na região da própria universidade.
Defesa
Além do professor chefe do departamento de Artes, os professores do curso de Produção Cultural de Niterói divulgaram apoio à manifestação. Em nota, eles se dizem espantados com a reação ao “Xereca Satânik”.
“Causa-nos espanto o grau de estranheza e criminalização com a qual tanto a perfomance da artista Raíssa, quanto a própria universidade foram tratadas nos últimos dias. Por se tratar de um espaço de experimentação de linguagens e reflexão - com seus evidentes riscos de choque à moral e ao senso comum -, é justamente na universidade onde devem ser expostos os descontentamentos, estimulados os debates, e negados quaisquer vícios de censura”, diz nota.Correio da Bahia
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