
Perivaldo tinha fama de ser um jogador carismático e, mesmo Feira da Ladra, ele continua extrovertido. “Sete e sete são catorze, três vezes sete é 21. Tenho sete amores no mundo, mas não caso com nenhum. Paranauê, paranauê, Paraná”, brinca ele.
Perivaldo diz que vive da venda de peças de roupa. “Você não viu que os cara me chamou de Grifalvo? Mistura de grife com Perivaldo?”, conta para equipe do Fantástico.
Fantástico: Eu estou vendo que você tem dificuldade de vender algumas coisas. O comércio não está bom aqui na feira...
Perivaldo: Como agora está chegando o inverno, agora, eu preciso arrumar uma nova coleção.
Fantástico: E onde você arranja as coisas para vender aqui?
Perivaldo: Tem as lojas de saldo. Você começa a comprar, investir. Dá para se ganhar um bom dinheiro.
Mais tarde, à noite, encontramos o lugar onde Perivaldo dorme. O Fantástico descobriu que Perivaldo, um ex-jogador do Bangu, do Palmeiras, do Botafogo e da seleção brasileira, hoje é um morador de rua em Lisboa.
Perivaldo lembra dos tempos mais confortáveis, em que tinha artigos de luxo.
Perivaldo: Tive um bom relógio, que era um Rolex, que custou para mim agora uns 70 mil euros. Em joia, eu tinha para mais de 200 mil euros. Foi tudo que o dinheiro foi acabando”.
Fantástico: Aí você foi vendendo, foi vendendo...
Perivaldo: Eu tinha uma casa, uma casa que eu vendi, praticamente vale em dinheiro português uns 300, 400 mil euros.
Fantástico: Aqui em Portugal?
Perivaldo: Não. Tinha lá no Brasil. Era muito dinheiro. As minhas luvas chegaram a 100 mil dólares por dois anos. Não cumpri. Só fiquei lá 8 meses, 9 meses. Me deu vontade de vir embora, larguei tudo. Foi assim a minha atrapalhação. Eu me prejudiquei a mim mesmo.
“Quando eu cheguei na seleção brasileira, Zico e Junior foram um dos meus maiores amigos, que me deram mais apoio”, confessa Perivaldo.
“A gente fica muito chateado. Ele era um cara muito engraçado, que adorava pegar no pé dos companheiros. Tava sempre brincando. A gente só espera que ele possa ter força, como ele tinha quando ele jogava, para poder sair dessa situação”, conta o comentarista Júnior.
Fantástico: Por que você está com essa ideia de voltar para o Brasil? Deixar Portugal?
Perivaldo: Sinto muitas saudades da minha mulher também, da Virgínia, dos meus filhos. Os meus netos sempre estão me cobrando. Meu avô dali, meu avô daqui.
“Temos que abraçar o Perivaldo. É um atleta que teve história no Brasil, está numa terra distante. Se a questão for ele voltar para o Brasil, vamos patrocinar a volta dele”, promete Alfredo Sampaio, vice-presidente da Federação Nacional dos Atletas de Futebol.
Espalhando alegria pelas ruas de Lisboa, Perivaldo espera pela volta ao Brasil.
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